Linhas de Pesquisa

Teoria da Modernidade

Parte-se da definição de modernidade, não exatamente como um conceito, porém, como uma categoria narrativa, vale dizer que não é possível falar, a rigor, de uma teoria da modernidade, mas de diversos relatos de modernidade. Baseados na tradição de Foucault (ontologia de nós mesmos, ou seja, arqueologia da norma) e Agamben (arqueologia da lei), o objetivo é situar a modernidade, enquanto bioestética, como o campo de estudo dos processos de simbolização contemporânea. Trata-se de processos que assinalam a passagem do orgânico ao inorgânico, da obra ao texto e da ação à inoperância, tendo como eixo o trabalho da imaginação e seus dispositivos, que é, por definição, singular–plural e se dirige, portanto, a omnes et singulatim. Esse fato configura um cenário anautonômico, pósfundacional ou pós-utópico, onde já não se debatem formas (ideais) mas forças (atuais). Essas forças chamam–se imagens. Elas são cifras ou enigmas, de cuja superposição surgem movimentos, altamente dissímeis, tais como os de manutenção da tradição ou sua ruptura, os que, em última instância, definem não só a pós–história (Kojève) mas também a ultra-história (Dumézil, Caillois). O estudo da imaginação inscreve– se, portanto, no campo da bioestética, paradigma que empresta aos fatos, reais ou imaginários, com que ela lida, o brilho de um  sentido que tais relatos, na verdade, não possuem de per se, vale dizer que, essas narrativas de modernidade atribuem a seu objeto de análise uma coerência, uma completude e um acabamento que somente podem ser imaginários (e, nesse sentido, políticos), na medida em que tais atributos não se encontram, de maneira imediata, na experiência histórica concreta, mas na reconstrução ultra-histórica posterior.

Poesia e Aesthesis

A poesia moderna na sua relação com a teoria, a ideia de poesia e a crítica. A poesia e as demais linguagens artísticas. Questionamentos acerca da noção e da tarefa da poesia; Walter Benjamin e Martin Heidegger. A posição do poeta, enquanto figura mítica no texto e na sociedade atual; as derivações dessa configuração discursiva ou concepção de poesia; a poesia como habilidade (faculdade/política) ou vontade de se comunicar com o leitor. A relação entre poesia e teoria; entre poesia e o pensamento filosófico. A poesia e a noção do contemporâneo. Giorgio Agamben: A poesia como linguagem da voz: pode a voz ser mero suporte do lirismo? Poesia e metáfora. Kojève e Georges Bataille: Poesia e pós-história: os traços, os restos, os indícios, e sobrevivências: anomalias selvagens. A poesia como memória da linguagem. A poesia como desordem do pensamento. A Stimmung romântica e a poesia moderna e contemporânea. A poesia e a memória da língua. Os usos da língua: como ler um poeta do passado? Jacques Rancière: soberania do artista individual e a soberania da arte como prática social.

Arquivo, Tempo e Imagem

Modernidade, fragmento. Imagem. Potência. Arte e reprodutibilidade técnica. Experiência e Pobreza. Narração. Inconsciente ótico. Prótese do olhar. Montagem. Imagem-movimento, Imagem-tempo. Modos de produção da modernidade: manufatura e indústria. O olhar. Som e silêncio. Memória. O jogo géstico. Mal de arquivo e arquivo do mal. Literatura e Acontecimento. Anacronismos. Sobrevivências. O entrelugar, o não-lugar, o vazio. Visível e legível. Ampliações, reduções. Aproximações, distanciamentos. Nomadismo. Música, artes plásticas e literárias. Estudos culturais, indústria cultural e literatura.